Uma das coisas mais notórias quando a gente viaja de carro para o estado de São Paulo é o imenso contraste entre as rodovias deste e dos estados vizinhos. Percebemos isso muito claramente ao deixar Araxá e seguir rumo a Franca: o trecho da MG 428 até Rifaina, na fronteira de Minas com São Paulo, é de pista simples com asfalto castigado, sem acostamento e muitas curvas – é preciso muita atenção. Passando a fronteira, tudo muda e a gente passa a trafegar num tapete – os pedágios absurdos que cobram da gente no estado mais rico do país têm que servir pra alguma coisa, afinal.
Vale ressaltar que a chegada no estado de São Paulo foi uma surpresa completa, já que nunca tínhamos passado por lá. A divisa nos entregou uma imagem magnífica, uma paisagem deslumbrante da Represa de Jaguara – local maravilhoso para uma parada rápida, um lanche, uma bebida e algumas fotos. Pena que passamos por lá no meio da tarde; imaginamos como seria filmar um pôr-do-sol ali.
Passamos para a SP 334 e seguimos até Franca, onde fizemos uma pausa para o almoço. Franca é conhecida pela grande quantidade de fábricas de sapatos e produtos de couro, que são ofertados em inúmeras lojas e shoppings por preços bastante acessíveis. Se você tiver um pouco mais de tempo, especialmente se estiver passando por lá em fim de semana, aproveite para conhecer feiras, shoppings e galerias especializadas para procurar ofertas.
Seguimos adiante e chegamos na cidade de São Paulo logo no início da noite. Uma brisa fria pairava sobre a cidade apesar do calor durante o dia, e essa é uma das principais recomendações para quem vai para lá: tenha sempre um agasalho a disposição. O tempo e a temperatura podem mudar drasticamente de uma hora pra outra.
Em viagens de carro, ao final da viagem o cansaço geralmente toma conta de todos, principalmente do motorista. Por isso prefira ir direto para o local de hospedagem, tome um bom banho, ponha uma roupa confortável e saia já para jantar: nada mais relaxante. Em São Paulo isso se faz ainda mais urgente, especialmente se você chegar à noite: com a pandemia, os estabelecimentos estão fechando bem mais cedo, algo atípico numa São Paulo em dias normais.

Ficamos hospedados em um flat alugado pelo Booking no centro da cidade – um achado. Este hotel, o Uotel Setin Downtown (existem outras unidades na cidade) funciona alugando flats com copa bem equipada (frigobar, microondas, cafeteira Nespresso e utensílios), quarto com Smart TV, Wi-Fi e cama super confortável, banheiro (com uma ducha perfeita) e varanda com mesinha para refeições. Para os hóspedes o Uotel também disponibiliza academia e piscina com raia de 25 metros – essas comodidades podem ser utilizadas em esquema de rodízio e com horário limitado. Para quem chega de carro, porém, a recomendação é pesquisar e procurar um estacionamento 24h o quanto antes; existem poucos funcionando assim por conta da pandemia.

A gastronomia é o ponto forte de São Paulo. É possível encontrar todos os tipos de comida para todos os bolsos. Para o café da manhã, o paulistano está acostumado com as “padocas” – como eles, carinhosamente, chamam as padarias, onde é possível pedir desde o tradicional pão com manteiga na chapa acompanhado de uma boa “média” (café com leite) até sanduíches, omeletes, tapiocas, bolos, pães, salgados e bebidas diversas. Recomendamos a famosa Bella Paulista (Rua Haddock Lobo, 354), com um dos cardápios mais variados da cidade, ou a rede Benjamin de padarias, com filiais espalhadas por toda a cidade e o melhor (em nossa opinião) pão de queijo de SP.
Para o almoço a pesquisa é muitíssimo ampla; entre no Google, procure o tipo de comida que mais agrada e veja as opções de restaurantes na região onde você estiver hospedado. Nós conhecemos o Mangai (Av. Brigadeiro Faria Lima, 3167), conhecido pela culinária nordestina refinada e pela imensa variedade de pratos disponíveis no buffet. O sistema é self-service aos domingos, mas também há pratos especiais no cardápio além de sucos, sobremesas e os drinks da casa.
Outro ponto tradicional da cidade é a lanchonete O Estadão – apesar de homônimo, nada a ver com o jornal. Normalmente lotada a qualquer hora do dia ou da noite – a lanchonete é ponto muito freqüentado pelos baladeiros que precisam repor as energias –, o atendimento tem sido feito seguindo os protocolos de higiene e distanciamento. O problema é que a alta rotatividade dos dias não-pandêmicos é o que faz o serviço ser ágil e a reposição de salgados e quitutes ser extremamente rápida, garantindo que tudo esteja sempre muito fresquinho; em dias de pandemia isso não acontece. Por isso prefira consumir as coxinhas, fritas praticamente na hora, e os deliciosos sanduíches de pernil (assado durante o dia) à noite, com o salão fechado e os itens sendo entregues pela janela. Será uma ótima opção de lanche para a fominha antes de voltar para o hotel.

Alguns locais em São Paulo são unanimidade quando o assunto é “turistar”: Parque Ibirapuera, Liberdade e Avenida Paulista são pontos obrigatórios de visita. Desta vez conheci outros locais muitíssimo válidos, como o Farol Santander – antigo Banespa, no passado considerado o prédio mais alto do Brasil, com um dos mirantes mais altos da cidade e o Café Suplicy, que serve variações gourmet de cafés, bolos e quitutes deliciosos – e a Rua Augusta, com suas inúmeras opções de restaurantes e bares, além de muita gente subindo e descendo a rua.

Mais uma vez, é importante lembrar que todos os locais citados estão trabalhando com horário reduzido, freqüência limitada e obrigatoriedade de protocolos de higiene, como o uso de máscara (a não ser no momento do consumo do alimento ou bebida) e de álcool em gel. Além disso, quase todos os pontos podem ser acessados pelo metrô, opção mais rápida e barata; o trânsito pode fazer o passeio se tornar cansativo, além de mais demorado e caro por causa do preço dos combustíveis. Finalmente, evite sair sozinho e lembre-se de tomar cuidado com seu celular e pertences. Deixe para tirar aquela selfie somente quando estiver em local seguro ou com auxílio de quem estiver em sua companhia. Leve somente o necessário e se for comprar alguma coisa, leve consigo uma mochila ou bolsa vazia (que provavelmente voltará cheia) com fecho seguro. Guardadas todas essas precauções, a “selva de pedra” tem muito para entregar e pode acabar se tornando um de seus destinos preferidos de viagem. Aproveite!
Esta reportagem teve apoio da Nissan do Brasil, que emprestou aos jornalistas um Nissan Versa V-Drive 1.6 Premium 2021 para a viagem